O mundo do gothic metal ganha mais um novo e interessante capítulo com o lançamento do álbum Nordic Gothic, da banda Cemetery Skyline. Esse é um projeto recente, mas que carrega um peso notável, composto por membros de renomadas bandas da cena escandinava de melodic death e black metal, como Dark Tranquillity, Insomnium, Amorphis, Sentenced e Dimmu Borgir. A união desses músicos talentosos resultou em uma proposta sonora diferente, explorando o lado sombrio e melancólico da música gótica, contrastando com suas origens musicais mais agressivas.
Uma nova abordagem para músicos consagrados
O Cemetery Skyline é liderado por Markus Vanhala, conhecido por seu trabalho no Insomnium e Omnium Gatherum, mas a formação também conta com nomes de peso como Mikael Stanne (vocais limpos, uma mudança significativa em relação ao seu tradicional gutural no Dark Tranquillity), Santeri Kallio (teclados, Amorphis), Victor Brandt (baixo, Dimmu Borgir) e Vesa Ranta (bateria, Sentenced). Todos esses músicos têm longas trajetórias em gêneros mais extremos, mas aqui eles se desafiam a criar um som mais introspectivo e melódico, ancorado nas influências do gothic rock e metal.
Essa mudança de estilo, embora arriscada, mostrou-se bem-sucedida. O álbum Nordic Gothic é uma verdadeira ode ao sentimento gótico, tanto em sua musicalidade quanto em suas letras, que exploram temas de solidão, melancolia e introspecção, típicos da vida nas regiões nórdicas.
Um passeio pelo álbum
O álbum começa com a poderosa “Torn Away”, uma faixa que captura de imediato a atmosfera sombria e melódica que permeia todo o disco. Guitarras distorcidas e teclados formam a base para a voz grave e limpa de Mikael Stanne, criando uma sensação de desespero e angústia que se reflete nas letras.
Logo em seguida, temos “In Darkness”, uma das faixas mais comentadas do álbum e lançada como single principal. Com uma introdução cativante de teclado, a faixa equilibra perfeitamente os elementos góticos com uma pegada mais metal, marcada por um refrão memorável. A combinação entre os riffs de guitarra de Vanhala e os arranjos de teclado de Kallio é o destaque aqui, mostrando a habilidade da banda em criar atmosferas densas sem perder a melodia.
“Violent Storm”, o terceiro ato do álbum, segue uma linha semelhante, mas adiciona um toque mais dramático, com a inclusão de elementos visuais sombrios no videoclipe, que se passa em um cemitério, reforçando a estética gótica da banda. O ritmo cadenciado e o vocal solene de Stanne tornam essa faixa uma das mais sombrias do disco.
Dentre os destaques está também “Behind The Lie”, que traz à tona influências mais evidentes de bandas como Sisters of Mercy e Type O Negative. Aqui, a banda demonstra a habilidade de criar um som gótico clássico, mas com uma produção moderna e precisa.
A balada “When Silence Speaks” quebra um pouco o clima pesado, trazendo uma bela melodia conduzida por piano e cordas, lembrando até mesmo o lado mais introspectivo de bandas como Nightwish. Essa faixa mostra a versatilidade da banda e oferece um momento de respiro em meio à densidade do álbum.
Outro ponto alto é “The Coldest Heart”, uma faixa que se destaca pelo baixo marcante de Brandt e pela construção melancólica que remete ao estilo inconfundível do Type O Negative. Essa música traz uma forte influência do hard rock, com toques de órgão Hammond e um solo de guitarra virtuoso de Vanhala.
A essência gótica em sua plenitude
Além da musicalidade envolvente, Nordic Gothic se destaca pelas letras que, de forma poética, exploram os sentimentos de isolamento e introspecção vividos pelos habitantes das frias terras do norte da Europa. As paisagens nórdicas e a solidão urbana são temas recorrentes, tanto nas letras quanto na estética visual do álbum.
O fechamento do álbum vem com a faixa “Alone Together”, uma balada de mais de sete minutos que serve como um encerramento grandioso para o disco. Com uma introdução suave de teclados e uma atmosfera melancólica, essa música alterna momentos pesados e introspectivos, resumindo bem a proposta do álbum: um equilíbrio entre peso e melodia, entre escuridão e luz.
Conclusão
O Nordic Gothic é um álbum que cumpre sua proposta com maestria. A união de músicos consagrados do metal extremo para criar um projeto gótico resultou em um disco envolvente, cheio de atmosfera e com composições que cativam o ouvinte do começo ao fim.
Embora algumas faixas possam soar um pouco repetitivas em certos momentos, o álbum é repleto de momentos brilhantes que certamente agradarão fãs de gothic rock e metal. Nordic Gothic não só apresenta uma nova faceta para esses músicos, mas também solidifica o Cemetery Skyline como um nome promissor dentro do cenário gótico mundial.
Faixas do álbum
- Torn Away
- In Darkness
- Violent Storm
- Behind The Lie
- When Silence Speaks
- The Darkest Night
- Never Look Back
- The Coldest Heart
- Anomalie
- Alone Together
