A banda australiana Reliqa, que já vinha conquistando espaço no cenário do metal com seu estilo progressivo e experimental, lançou seu mais novo álbum, Secrets of the Future, pela Nuclear Blast. Esse trabalho marca uma evolução não só na sonoridade, mas também na ambição da banda, consolidando-a como uma das grandes promessas do metal moderno. Com influências que vão do metalcore ao eletrônico, o disco explora uma mistura de gêneros que desafia convenções e oferece ao ouvinte uma jornada sonora complexa e envolvente.
Da obscuridade ao estrelato
Formada em 2018, a Reliqa chamou a atenção com o EP I Don’t Know What I Am, que já demonstrava a capacidade do grupo em fundir riffs pesados com melodias cativantes e elementos experimentais. No entanto, com Secrets of the Future, a banda dá um passo à frente, não só em termos de produção, mas também de composição e execução. O álbum, composto por 12 faixas, reflete o momento de ascensão da banda, que agora divide palco com nomes como Spiritbox e BABYMETAL.
Uma jornada intensa
O disco se inicia com “Dying Light”, uma faixa que mescla vocais intensos de Monique Pym com sintetizadores e uma explosão de guitarras, introduzindo o ouvinte à diversidade sônica que se estenderá ao longo do álbum. A faixa é marcada por uma atmosfera quase cinematográfica e destaca a habilidade da vocalista em alternar entre melodias suaves e versos intensos de rap, em uma clara demonstração de sua versatilidade.
Logo em seguida, “Cave” e “Killstar (The Cold World)” trazem uma energia crescente, com guitarras pesadas e sintetizadores com uma pegada de ficção científica. “Killstar”, especialmente, é uma das faixas que mais exemplificam a agressividade e o dinamismo da Reliqa, apresentando um instrumental avassalador.
Momentos de reflexão
Entre as faixas mais atmosféricas, “The Flower” e “Sariah” são destaques. A primeira apresenta uma mescla de elementos progressivos e um refrão marcante, enquanto “Sariah” entrega uma performance vocal emotiva, com tons melancólicos que contrastam com a intensidade do restante do álbum. Essas músicas demonstram a habilidade da banda em criar faixas de dinâmica complexa e emocionalmente carregadas.
“Sariah”, em particular, é descrita como um ponto de calmaria no disco, permitindo ao ouvinte respirar antes da intensidade voltar a dominar com faixas como “Keep Yourself Awake” e “Physical”, que apostam em riffs quebrados e uma energia quase caótica.
O experimentalismo e a modernidade
O que mais impressiona em Secrets of the Future é a capacidade da Reliqa de integrar influências tão diversas em um som coeso. “Terminal” traz um toque de J-rock com batidas rápidas e sintetizadores eletrônicos que adicionam uma nova textura ao disco, enquanto “Physical” desafia o ouvinte com suas mudanças de ritmo frenéticas.
Já no final do álbum, a banda explora territórios mais suaves com “Two Steps Apart” e “A Spark”, faixas que misturam elementos de shoegaze e rap metal, criando momentos mais introspectivos. O encerramento com “Upside Down” é épico, com uma atmosfera grandiosa que resume a intensidade e a diversidade do álbum como um todo.
Conclusão
Secrets of the Future não é apenas uma coleção de faixas bem produzidas, mas sim uma declaração de identidade da Reliqa. A banda mostra uma maturidade e coesão impressionantes, integrando múltiplos gêneros e criando uma experiência sonora única. O álbum é um testamento à versatilidade e ao talento técnico dos membros da banda, especialmente de Monique Pym, que se destaca pela entrega vocal impecável e pela habilidade de transitar entre diferentes estilos com naturalidade.
Com Secrets of the Future, a Reliqa solidifica seu lugar no cenário global do metal moderno e deixa claro que está apenas começando. Para fãs de metalcore progressivo e experimental, este é um álbum obrigatório, cheio de momentos memoráveis e inovações sonoras.
Tracklist:
- Dying Light
- Cave
- Killstar (The Cold World)
- The Flower
- Sariah
- Terminal
- Keep Yourself Awake
- Crossfire
- Physical
- Two Steps Apart
- A Spark
- Upside Down
