Porque nunca é demais explorar as profundezas emocionais de uma criatura traumatizada que conversa com pedras.
Sim, é real. E tem data marcada
O universo de O Senhor dos Anéis ganhará um novo capítulo em 17 de dezembro de 2027. E não, você não leu errado: o foco agora é Gollum. O novo longa-metragem da Warner Bros., intitulado “The Hunt for Gollum” (A Caça a Gollum, em tradução direta e nada inspirada), será dirigido e estrelado por ninguém menos que Andy Serkis, o próprio intérprete digital do personagem mais esquizofrênico da Terra Média.
A produção conta ainda com os veteranos Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens — que aparentemente foram tirados do freezer para mais uma rodada de nostalgia monetizada.
Onde se encaixa na cronologia?
A história se passa entre os eventos de “O Hobbit” e “A Sociedade do Anel”, ou seja, naquele intervalo em que todos os roteiristas ficam desesperados tentando justificar mais uma obra no mesmo universo. A ideia é mostrar a busca de Aragorn e Gandalf por Gollum — uma menção breve nos livros que agora será esticada até virar longa-metragem. Claro, com direito a floreios, batalhas inventadas e talvez até um flashback do Smeagol em sua fase influencer.
Produção, elenco e promessas (vazias?)
- Diretor: Andy Serkis
- Produtores: Peter Jackson, Fran Walsh e Philippa Boyens
- Estreia mundial: 17 de dezembro de 2027
- Filmagens: previstas para 2026
- Estúdio: Warner Bros. Pictures & New Line Cinema
Por que Gollum?
Boa pergunta.
Gollum é, talvez, o personagem mais profundamente perturbado e tragicômico do cânone tolkieniano. Um hobbit corrompido, deformado física e moralmente pelo poder do Um Anel. Sua dualidade interna — entre Smeagol e Gollum — é quase uma caricatura da luta do ser humano moderno entre postar no Instagram ou gritar com o espelho.
Transformar esse tormento em um filme inteiro? É o tipo de ideia que só poderia nascer em um estúdio desesperado por IP reciclável.
A caçada real: audiência e bilheteria
O novo projeto claramente visa reviver a bilheteria bilionária das trilogias originais — algo que nem a série de Amazon (Os Anéis de Poder) conseguiu repetir sem ser alvo de piadas constantes.
Resta saber: existe apetite suficiente para mergulhar na cabeça de Gollum durante duas horas? Ou seria esse o equivalente cinematográfico a abrir um diário de traumas e jogar na tela gigante com Dolby Atmos?
O sal misantrópico que faltava
Se você acha que já viu tudo, The Hunt for Gollum pode te provar errado.
Você já viu filmes demais.
Você já viu Gollum demais.
Você já viu a Warner demais.
Mas você nunca viu a Warner tirando leite de pedra com tanta força quanto agora.
“My preciousss…” não é mais o Anel. É o lucro.
E o público? Que se resolva entre Smeagol e Gollum se deve pagar o ingresso ou esperar sair no torrent.
Considerações finais (e amargas)
O lançamento de A Caça a Gollum é a mais recente prova de que Hollywood perdeu totalmente a capacidade de se despedir de uma franquia com dignidade. Se antes existia um certo respeito pelo cânone, hoje o respeito é pelo calendário de lançamentos e pelo potencial de merchandising.
Prepare-se. Porque o que vem aí pode ser épico.
Ou só mais um lembrete de que o verdadeiro poder corrompe absolutamente — até mesmo os produtores da Nova Zelândia.