Agora a minha animação vai lá em cima. Vou falar do meu tributo favorito. Esse volume dois do tributo ao Judas Priest é sem sombra de dúvida o meu favorito, já que a grande parte das bandas que eu era viciado na época estão nele. Acho que a memória afetiva fala bem alto nessa hora. Fala não, GRITA!
Lançado em 1997, ou seja, um ano após o volume 1 esse tributo trouxe o The crème de la crème do que tínhamos de melhor no power heavy daquele momento.
Apesar de hoje sentir um asco enorme dessa banda, nessa época sem a internet e sem saber da produção de chorume mental do guitarrista e fundador, Jon Schaffer, eu curtia muito os caras!
Mas deixando de lado aqui o aspecto vomitativo da situação, a banda também não foi lá muito bem na execução do clássico “The Ripper”, que talvez tenha sido ofuscado pela performance maravilhosa do Mercyful Fate no volume um desse tributo.
O Iced Earth seguiu a cartilha e nada mais. E é uma das bandas que estava em alta na época. O grupo vinha de uma sequência de três excelentes discos: Burnt Offerings (1995), The Dark Saga (1996) e Days of Purgatory (1997). Poderia ter oferecido mais para a versão desse clássico.
Agora sim! A primeira pérola desse tributo! Acho que eu consigo desfilar aqui uma lista com centenas de adjetivos e ainda assim faltará elogio para o Guardião Cego!
Arrepia-me cada vez que ouço e menciono essa canção. Uma obra de arte que já era irretocável na versão do Judas Priest ficou ainda mais majestosa e cheia de pompa com os arranjos e a interpretação do Blind Guardian.
Essa faixa foi produzida por ninguém menos do que o Piet Sielck, que no mesmo ano estreou na cena Power Metal Melódico à frente do Iron Savior junto com o batera do Blind Guardian, Thomas Stauch.
O Blind Guardian era outra banda fantástica do Metal Alemão em alta naquele momento. O grupo lançava um disco bom atrás do outro até aquele momento e culminando no maravilhoso “Imaginations From the Other Side” de 1995.
Em 1996 a banda lançou uma coletânea de “extras”, com covers e versões diferentes de seus clássicos, o excelente ”The Forgotten Tales”, que por muito tempo não saiu do CD player do meu quarto.
Agora umas das mais antigas e respeitadas bandas do Power Metal alemão, que tem em sua formação o guitarrista Sascha Paeth, que ficou famoso como produtor musical.
Mesmo com todo esse currículo, o grupo executou com maestria e dentro da cartilha de bons modos o clássico “The Sentinel” com o peso e formato pertinente ao estilo do grupo, que já carregava umas pitadas de Judas Priest como referência desde o início da sua carreira.
A banda começou muito bem a década de 90 com dois lançamentos impressionantes: Livin’ in Hysteria (1991) e Hell for Sale (1992). Em 1996 lançaram o mediano Planet E, que eu acho que chegou a ser lançado no Brasil pela Rock Brigade.
E então surge mais uma banda do selo Century Media, que a gravadora meteu no tributo para fazer “vingar” e vingou viu? Mas não é uma banda qualquer. É o Nevermore, outra banda que dispensa apresentações. Fizeram uma versão muito boa, crua e pesada para “Love Bites”.
Os americanos do Nevermore, uma banda formada por dissidentes do finado Sanctuary, já estavam naquela altura com dois discos na bagagem, sendo que um deles era nada mais do que o excelente “The Politics Of Ecstasy” lançado em 1996.
O Gamma Ray é uma banda que aparece pela segunda vez neste tributo. Mas nesta ocasião com o seu vocalista original “Ralf Scheepers”, como convidado, mas que curiosamente havia saído do Gamma Ray para tentar a sorte no Judas Priest. O caboclo não conseguiu, mas brindou o mundo com o fantástico Primal Fear.
Aqui no volume dois os alemães nos felicitam com uma versão bacana para “Exciter”, onde Scheepers solta a sua veia Rob Halford e mata as suas lombrigas de fã do Judas. Uma versão burocrática, mas muito bacana!
Na sequência o Forbidden, clássica banda de thrash metal americana, que lançou dois ótimos discos no início da carreira e depois afundou.
E não foi só isso que afundaram, a banda conseguiu afundar o meu bom humor com essa versão sacal para uma música, que também já não é lá grandes coisas: estou falando de Dissident Aggressor. Lembrando que a versão do Slayer que está no South of Heaven é infinitamente melhor que a do Forbidden e do Judas.
Agora o negócio fica bom! O nosso querido Angra em sua fase áurea trouxe uma versão matadora para Painkiller: Irretocável!
O Angra é outro exemplo de banda que estava com tudo em cima em meados dos anos 90.
Durante esse momento do tributo a banda já tinha no currículo o ponto mais alto da sua carreira que foi o “Holy Land”, lançado em 1996. E os bons ventos desse lançamento trouxe os brasileiros para a Century Media onde lançaram o EP Freedom Call, com músicas que estavam na famosa demo da banda, além da própria Painkiller.
Mais uma banda do cenário Thrash Metal americano, o Overkill fez uma versão bem bacana para Tyrant. Essa é uma banda que chamou a atenção mesmo no final da década de 80, e no início dos anos 90, mas amargou discos fracos entre 94 e 97.
Ainda investindo na sua versão sombria de Thrash Metal Industrial, os alemães do Kreator deram uma cara própria para um hino do Judas. Ainda mais arrastada e pesada, Grinder ficou com a cara e a personalidade que a banda cultivava naquele período.
O Kreator encarou os anos 90 como um camaleão, mas não sendo uma banda sem personalidade indo de acordo com os bons ventos. De forma alguma!
O grupo, mesmo sofrendo mudanças em sua formação clássica, deixou de lado o Thrash Metal mais técnico e enveredou para uma versão ainda mais pesada, mas com pegadas de metal industrial.
Essa fase “Thrash Industrial” começou com o “Renewal” em 1992 e passou pelo “Cause for Conflict” em 1995. E finalizou em 1997, quando o grupo lançaria o seu último álbum dessa fase “Thrash Industrial ”, o excelente Outcast.
Nem sei por onde começar! Por isso que eu digo que esse segundo volume do tributo é o meu favorito, porque tem a nata do que tinha de melhor nos anos 90 e que trouxeram novidades para o tributo
Mesclando o seu Folk Metal, mas sem descaracterizar muito a canção “Dreamer Deceiver”, os ingleses do Skyclad mantiveram um ar setentista para esse som, que foi originalmente gravado em 1976.
Essa é uma banda que estava chamando a atenção ali em meados dos anos 90, já que seus três últimos álbuns no período ao tributo do Judas foram formidáveis.
Os finlandeses do Stratovarius eram outra banda que não errava nos anos 90. E nem tinha como, uma trupe de músicos com alto nível técnico lançando um disco bom atrás do outro.
E interpretando “Bloodstone” talvez não tenham conseguido fazer algo muito diferente, já que o seu Power Metal tradicional e melódico se confunde com as nítidas influências de Judas Priest ao longo da carreira discográfica da banda.
Em 1997 o Stratovarius já tinha lançados três álbuns fantásticos: Fourth Dimension (1995), Episode (1996) e Visions (1997).
Vou te dizer que eu esperava mais do Virgin Steele, mas foram direto ao ponto. Foram crus e viscerais em sua interpretação deste clássico absoluto do Judas.
No encarte do CD o líder e vocalista da banda David Defeis explica que a canção foi gravada ao vivo no estúdio pela banda, já que eles foram chamados meio em cima da hora.
Acredito que por isso não tiveram muito tempo para os arranjos e mantiveram a pegada rápida, pesada e sem firulas.
O grupo americano de Power Metal, que surgiu no início dos anos 80 fechou aquela década com dois excelentes trabalhos: Noble Savage (1985) e Age of Consent (1988). Já nos anos 90 a banda retornou em 1993 com um trabalho bom: Life Among the Ruins, mas foi com os álbuns “The Marriage Of Heaven And Hell I” parte I e II lançados em 1995 e 1996, que eles fizeram o nome.
O tributo poderia ter acabado com o Virgin Steele, mas a Century Media precisava emplacar uma banda do selo e meteram desavergonhadamente o Leviathan estragando “Night Comes Down”.
Uma banda americana fraquíssima de Metal Progressivo, que já havia lançado até aquele momento três álbuns sendo que o “Riddles, Questions, Poetry, & Outrage” de 1996 foi pela Century Media. Em 1997 lançaram outro disco por outro selo e desapareceram do mercado.
Esse segundo volume tem muito mais versões boas com bandas em evidência do que o primeiro. A Century Media acertou em cheio na escolha das bandas, mas pecou na hora de emplacar as suas pratas da casa.
Fez escolhas equivocadas e poderiam facilmente ter escolhido bandas que também estavam em alta naquela época e eram do seu cast como o Lacuna Coil, Moonspell, Sentenced, Tiamat, The Gathering entre outros.
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