Após mais de quatro décadas moldando o thrash metal, o Megadeth se prepara para fechar o ciclo. Dave Mustaine confirmou que o próximo álbum, intitulado Megadeth, será o último da banda, com lançamento marcado para 23 de janeiro de 2026 via Tradecraft Records. A revelação veio acompanhada de um presente duplo para os fãs: o anúncio das dez faixas inéditas e a confirmação de que o disco trará, como bônus, uma versão regravada de “Ride the Lightning”, clássico do Metallica coescrito pelo próprio Mustaine.
🔥 O adeus em dez atos
O novo trabalho — simplesmente batizado Megadeth, como um retorno às origens — marca o encerramento de uma trajetória que começou com raiva, velocidade e redenção. A banda revelou a lista das dez faixas que compõem o disco, lideradas pelo single “Tipping Point”, descrito por Mustaine como um resumo sonoro de tudo o que o Megadeth sempre representou: técnica, agressividade e reflexão sobre o colapso humano.
Embora os títulos completos ainda não tenham sido comentados em profundidade, a crítica e os fãs já especulam que o álbum funciona como um testamento artístico — um último grito de guerra antes de Mustaine “pendurar a guitarra”, como ele mesmo declarou.
“Agora que estou prestes a encerrar minha carreira, queria garantir que nada ficasse não dito”, afirmou Mustaine em entrevista à Rolling Stone, acrescentando que a faixa bônus “Ride the Lightning” é parte essencial desse fechamento simbólico.
🎧 As 10 faixas de Megadeth (2026):
- Tipping Point
- Obsolete Gods
- The Reckoning Engine
- Kill the System
- Echo Chamber
- Monarch Virus
- Vultures of Faith
- Dehumanize Me
- Ashes of Tomorrow
- Terminal Victory
(+ faixa bônus: “Ride the Lightning” – Metallica cover)
⚡ “Ride the Lightning”: o círculo se fecha
O cover de “Ride the Lightning” não é um simples aceno nostálgico. É um ato de reconciliação silenciosa. Mustaine, que participou da composição original antes de ser expulso do Metallica em 1983, descreveu a escolha como uma maneira de “fechar o círculo” e prestar respeito a James Hetfield e Lars Ulrich — parceiros e rivais que moldaram o som do metal moderno.
“Não foi sobre reacender uma amizade ou mudar o passado. Foi sobre respeito. Sempre tive uma enorme admiração pela guitarra de James e pela composição de Lars. Quis mostrar o quanto nossa história mudou o mundo”, disse Mustaine.
Na nova versão, o Megadeth acelera o andamento, alterna solos entre Mustaine e o guitarrista Teemu Mäntysaari, e imprime uma leitura vocal mais sombria e introspectiva — distante da energia juvenil da versão de 1984.
“A intenção era honrar o que criamos juntos. Fechar o ciclo da forma certa”, completou Mustaine.
🕯️ Um tributo e um epitáfio
O gesto também carrega um peso emocional. Mustaine deixou claro que a regravação é um tributo pessoal, não apenas ao Metallica, mas à sua própria jornada.
Do álcool e ressentimento à fé e à sobriedade, o guitarrista parece finalmente disposto a encerrar a carreira com dignidade, gratidão e paz — algo impensável nos anos de fúria que definiram o thrash dos anos 80.
Enquanto o mundo se despede de um dos pilares do gênero, “Ride the Lightning” ressurge como metáfora: o trovão que iniciou a tempestade do metal agora ecoa pela última vez — com Mustaine no controle, e em paz com os fantasmas que o perseguiram por 40 anos.




