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É fato que a extraordinária banda americana de Metal Progresssivo Fates Warning perdeu o timing em estrelar o protagonismo como um dos criadores do Metal Progressivo. A banda, que iniciou a sua carreira em 84, investindo em metal tradicional na linha do Iron Maiden, ainda com o vocalista John Arch, deu um salto quântico em criatividade com a entrada de um novo vocalista: Ray Alder no disco “No Exit” de 1988, um disco considerado precursor do gênero. A partir desse ponto houve uma ruptura no tempo e espaço, já que aliados aos seus compatriotas do Queensryche, juntos desenharam o que viria a ser o Metal Progressivo. O Fates Warning pode bater no peito e dizer: – Eu estive aqui na época que isso tudo era mato!
Em seus mais de 30 anos de carreira a banda continua a impressionar e em 2016 lançou o sensacional “Theories of Flight” seu décimo segundo álbum de estúdio. A boa notícia é que o selo Metal Army relançou esse trabalho em versão nacional. E os caras da Metal Army estão tão empolgados que vem mais uma leva de outros discos da banda. Preparem-se!
E os anos de estrada só fizeram bem ao Fates Warning, o grupo nos presenteia com uma obra-prima que ressalta sua relevância contínua e paixão incansável pelo Metal Progressivo que ajudaram a constituir. Desde o icônico “No Exit”, de 1988, o FATES WARNING têm evoluído de forma notável, desenvolvendo sua sonoridade e criando um legado incomparável.
Com “Theories of Flight”, eles reafirmam sua posição como uma banda complexa, sofisticada e completa, cuja influência ainda ressoa nas profundezas do Metal Progressivo.
Uma das características mais peculiares deste trabalho é a ênfase nas texturas e complexidade musical. Desde os primeiros acordes da faixa de abertura, “From the Rooftops”, somos imersos em uma jornada sonora fascinante que captura a essência do metal progressivo. A interação de guitarra entre Jim Matheos e Frank Aresti é magnífica, proporcionando uma mistura emocionante de agressividade do Heavy Metal com a atmosfera viajante do Progressivo, elementos que caracterizam a assinatura única da banda.
Compositor principal do álbum, o guitarrista Jim Matheos demonstra mais uma vez sua habilidade de criar músicas que variam entre o peso do Heavy Metal, riffs cativantes e a expansão de passagens intrincadas e complexas.
Acompanhado pela emocionante entrega vocal de Ray Alder, as letras ganham vida com uma carga emocional notável. Alder traz uma profundidade incrível além de paixão às canções transmitindo temas de reflexão.
Dentre as faixas de destaque, “White Flag” que se sobressai como um turbilhão de acordes acentuados, riffs envolventes e solos arrebatadores.
Já “The Light and Shade of Things” traz uma atmosfera reflexiva e melódica, revelando a maturidade nas composições da banda em construir paisagens sonoras e envolventes.
“Theories of Flight” é um álbum que exige uma audição atenta para apreciar plenamente sua profundidade e riqueza musical. As músicas se desdobram com uma elegância que só pode ser alcançada por músicos experientes e dedicados. A capacidade da banda de criar músicas progressivas concisas é notável e revela um amadurecimento artístico impressionante.
Em suma, “Theories of Flight” é uma jornada magnífica e essencial para os fãs de Metal Progressivo. Esse é um trabalho em que a banda consegue demonstrar uma criatividade ímpar em seu legado. O grupo navega muito além das fronteiras de um gênero musical onde eles foram um dos principais criadores, senão o principal.
“Theories of Flight” apresenta uma musicalidade notável, com uma narrativa lírica esbanjando emoção. Sem contato que o disco carrega uma energia que transcende o tempo, FATES WARNING demonstra mais uma vez por que são considerados verdadeiros mestres do Metal Progressivo.
Se este álbum não se tornar parte do seu Top 10, é possível que algo fundamentalmente essencial esteja faltando em sua apreciação musical.
A/C: Filipe Souza
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