O aguardado retorno da banda carioca de thrash metal, Killrape, marca a estreia de seu novo álbum, Corrosive Master, já disponível nas plataformas de streaming. Formada em 1993 pelos irmãos Rodson Lemos (vocal) e Nilmon Filho (guitarra, ex-Hicsos), a banda reativa sua carreira com um trabalho que promete impactar tanto os fãs de longa data quanto novos ouvintes.
Com raízes na cena do thrash metal, o Killrape criou uma grande expectativa com o lançamento do lyric video de “Whore of Babylon”, que antecipou o álbum. A faixa-título, Corrosive Master, conecta diretamente ao trabalho anterior da banda, Corrosive Legion (2011). O riff final do álbum passado reaparece em sua versão invertida, tornando-se o refrão da nova faixa, que é uma épica composição prog-thrash de 14 minutos e 58 segundos. A música desenvolve o conceito apocalíptico iniciado em Corrosive Birth, narrando o domínio do filho de Lúcifer sobre a Terra.
Temáticas sombrias e históricas
Corrosive Master traz um mergulho nas profundezas da história e do imaginário. A faixa “Cyanide Temple” faz uma referência direta ao trágico suicídio em massa de 1978, onde mais de 900 seguidores da seita do pastor Jim Jones morreram envenenados por cianeto. Este evento chocante inspirou a letra, que se alinha perfeitamente à sonoridade brutal da banda. Outro destaque é “Praise the Bomb”, que faz uma alusão ao filme De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), onde humanos sobreviventes de uma guerra nuclear veneram uma ogiva atômica como se fosse um deus.
Além dessas, o álbum também conta com faixas como “Cypher” e “Fuck till Death”, sendo a última uma das mais rápidas do disco, demonstrando a essência thrash metal da banda. A sexta música, “Rising Storm”, traz uma temática diferente, narrando o naufrágio de um navio pirata, mantendo a intensidade do som da banda.
Arte impactante e polêmica
A arte da capa de Corrosive Master é um ponto de destaque. O álbum traz um recorte de uma famosa pintura feita pelo artista italiano Giovanni de Modena no século 15, que pode ser encontrada na Basílica de São Petrônio. Essa obra retrata o inferno de Dante e, entre as várias cenas, uma delas mostra o profeta Maomé sendo devorado por demônios, o que já gerou muita controvérsia religiosa ao longo dos anos. Rodson Lemos, vocalista da banda, comentou sobre a escolha: “Além da pintura ser impressionante, ainda é cercada de história e polêmicas religiosas. A arte resume bem esse conflito Céu e Inferno que algumas letras do Killrape abordam.”
Trajetória da banda e lançamento tardio
O Killrape foi originalmente formado como Corrosive, em 1993, pelos irmãos Nilmon Filho e Rodson Lemos. Em 2010, eles lançaram o álbum Corrosive Birth, seguido de Corrosive Legion em 2011, que consolidou a banda como uma referência no thrash metal underground brasileiro. O nome atual, Killrape, foi adotado para refletir uma nova fase do grupo.
Corrosive Master estava programado para sair em 2015, mas, devido a problemas pessoais dos integrantes, o lançamento foi adiado várias vezes, até finalmente ser disponibilizado em 2024. O guitarrista Nilmon Filho, que também gravou o baixo e programou a bateria do álbum, comentou sobre o processo de criação: “O álbum vem sendo trabalhado desde 2012 e foi gravado e regravado três vezes. É o ‘Chinese Democracy’ do Killrape! Brincadeiras à parte, quero divulgar ao máximo esse trabalho, pois estamos muito orgulhosos com o resultado.”
Com um som agressivo e letras que abordam temas polêmicos e históricos, o novo álbum coloca o Killrape de volta ao cenário do thrash metal nacional. Para quem é fã do gênero, Corrosive Master promete ser uma audição intensa e memorável.
O futuro do Killrape
Apesar da longa espera entre os lançamentos, a banda já planeja um novo álbum para o próximo ano. “Não vamos esperar tanto tempo dessa vez”, afirmou Nilmon Filho, mostrando o entusiasmo da banda em seguir adiante com novas composições.
Para conferir o álbum completo, Corrosive Master já está disponível no Spotify e no YouTube.
Ouça no Spotify em https://tinyurl.com/mtu2ykxm
