Facebook
Cinco Miligramas de Misantropia

Metallica – quando encontraram o seu Derek Riggs em Pushead

Metallica - quando encontraram o seu Derek Riggs em Pushead

Quer saber quando uma banda está realmente em alta ou é uma banda clássica na mente da galera? Olhe para o público em um show e veja quais grupos mais estampam as camisas.


Foi assim no final da década de 90 quando mais de 70% de jovens usavam camisas do Cradle of Filth em qualquer que fosse o show. Depois não foi difícil de ver Amon Amarth, Dimmu Borgir, Arch Enemy entre outros.


Os campeões de estampa sem dúvida ainda são: Iron Maiden com seu Eddie, Metallica, AC/DC, Sepultura e Megadeth. Só para citar alguns. O fato é que merchandising é um artigo que vende e muito.


O jornalista Mick Wall exemplifica muito bem essa corrida do ouro em Metallica – A Biografia. O jornalista frisa que: “Os integrantes do Iron Maiden tinham ficado milionários com os lucros de produtos licenciados antes mesmo das vendas dos discos”.

Astutos como sempre, Lars e Peter Mensch, proprietário da Q Prime, empresa que gerenciava a carreira do Metallica, perceberam que a maioria das marcas de merchandising de rock bem sucedidas arrecadava muito dinheiro em itens para colecionadores; não bastava apenas ter uma camiseta da turnê de 1988, as bandas mais espertas produziam uma camiseta para cada situação.

Nesse quesito o campeão era o Iron Maiden, que tinha seu próprio artista e designer, Derek Riggs, que produzia tanto as capas dos discos como as camisetas colecionáveis e os produtos relativos às turnês. As possibilidades eram incontáveis.


O Iron Maiden vai tocar no Havaí? Bom, que tal uma imagem do Eddie numa prancha de surfe?


Nesse trecho do livro o autor disserta sobre a criação do Eddie e as diversas formas que a Donzela de Ferro encontrou para disseminar a ideia do mascote pelo mundo.


O fato de Eddie ter sido também transformado em parte da decoração de palco da banda nos anos de 1980 não passou despercebido pelo Metallica e pela Q Prime. Com o Metallica planejando a sua primeira turnê em estádios como atração principal, Lars decidiu que eles precisavam de um Derek Riggs, até mesmo de um Eddie, talvez.

A chegada de Pushead

A chegada de Pushead

O Metallica encontrou seu próprio Derek Riggs em Pushead (Brian Schroeder), um dos amigos skatistas de James Hetfield, que ele tinha conhecido em um show do Venom em 1985. 
 
Pushead comenta sobre esse encontro: – Ele (James Hetfield) viu um trabalho que eu tinha feito para o Misfits e perguntou se não podia colocar numa camiseta. Eu disse que não havia problema. Foi a camiseta que James Hetfield vestiu para a foto da contra capa do Master of Puppets, e assim toda a onda Cult dos Misfits começou.”
 
O artista Pushead começou a trabalhar com o Metallica em 1986 criando as artes para as camisas da tour.  A arte do crânio com presas e do morcego com pontas que Pushead criou se encaixa perfeitamente com a imagem do metal rápido e pesado que o Metallica estava criando, tornando-se um dos primeiros designs favoritos dos fãs. 
 
A primeira coisa que Pushead fez para o Metallica foi a camiseta de “Damage Inc.”, a seguir veio o projeto para o vídeo Cliff em All. 
 
Foi nas camisas, no entanto, que o design de Pushead se revelou. O próximo foi o da camisa, item disputado por colecionadores, “Crush course in brain surgery” – um exemplo clássico, assustador e engraçado do traço de Pushead.
Os trabalhos em Justice for All

Os trabalhos em Justice for All

Já os trabalhos para o álbum “…And Justice For All” realmente foram a catapulta na carreira como artista gráfico e gerou todo o reconhecimento que Pushead merece como artista.


Suas ilustrações inspiradas na faixa “Shortest Straw” do Metallica também se tornaram clássicos. A música, que é uma crítica sobre os ricos e poderosos controlando as vidas dos menos afortunados, tornou-se a tela perfeita para Pushead.


O estranho design primário de caveira com dentes pontiagudos, canudos e olhos é um dos melhores na coleção de camisas do Metallica, mas a arte adicional da caveira “In Vertigo” também é icônica. Os canudos saindo da cabeça do crânio no lugar de seu cérebro são uma tradução brilhante da mensagem do Metallica.

Com o início da turnê mundial 1988-89, a banda pediu para ele aumentar a produção, começando com uma ilustração para o interior da capa de …And Justice for All: uma mão, com a palavra “fear” tatuada nos dedos, segurando um martelo com os quatro rostos dos integrantes da banda desenhados.


Foi também uma ilustração de Pushead que adornou a capa do programa oficial da turnê mundial Damage Justice, em 1988-89, uma brincadeira com a “justiça cega” da capa do álbum – a Estátua da Liberdade numa versão esqueleto, com os pratos da balança enfaixados e a espada abaixada. Eles também encomendaram o design das capas de dois singles do álbum And Justice for All: “Harvester of Sorrow” e “One”.


O Metallica pegou a estrada novamente depois de lançar … And Justice For All , e mais uma vez procurou Pushead para criar os visuais atraentes para a turnê.


O design “Damaged Justice” de Pushead é único na coleção do Metallica, pois é um dos poucos designs que usa fortemente a cor roxa, fazendo com que se destaque. A arte foi usada para promover “Harvester of Sorrow”, usando vermelho em vez de roxo na paleta de cores.

St. Anger

St. Anger

Algo que incomodava o artista era o fato de não ter feito uma capa para o Metallica. Pushead já trabalhava com o Metallica por quase duas décadas, mas foi somente em 2003 que ele desenhou sua primeira (e única) capa para um álbum do grupo.


Pushead criou a arte da capa do álbum St. Anger, usando vermelhos e laranjas fortes para adicionar à percepção visual de como é a raiva. O punho cerrado, amarrado com algum tipo de corda ou arame que envolve o pulso, definitivamente fornece um ótimo contexto visual para o que está dentro do álbum.


Também vale a pena notar que Pushead não criou somente a capa do álbum como também desenhou as ilustrações para o encarte.

Pushead além do Metallica

Pushead além do Metallica

O artista não se limitou a trabalhar apenas com o Metallica, à medida que a sua fama cresceu, graças aos trabalhos excelentes com a banda, outros grupos também se interessaram, entre eles o Aerosmith e o Motley Crue.


Para o Motley Crue, Pushead desenhou a camisa para a tour de 89 do álbum Dr. Feelgood, que se tornou o item mais popular daquela tour de 89.


Inspirado por artistas de quadrinhos e desenhistas de pôsteres psicodélicos da década de 60, como o lendário artista Rick Griffin, Pushhead ficou muito conhecido por ser “o artista das caveiras”, desenhando não somente para bandas de metal, mas trabalhando muito no universo do skate e realizando trabalhos pontuais para a Nike.

Essas curiosidades sobre a banda você encontra no livro Metallica – A Biografia, escrito pelo jornalista inglês Mick Wall. O livro saiu no Brasil pela Editora Globo.

Jornalista Filipe Souza - Cinco Miligramas de Misantropia

Filipe Souza

Editor / Jornalista Responsável

MTB32471/RJ

👽 Gateiro, thelemita, amo a cultura hindu;
👽Converso sobre aliens, esoterismo, Google Ads e receita de bolinho de chuva!
📀Colecionador de LPs, CDs, Livros e histórias;
🤘 Ah! E metaleiro;
🃏Jogo uns tarôs de Crowley;
– Jornalista, designer e Workaholic;
– Produtor de conteúdo e apresentador do canal Cinco Miligramas de Misantropia;
– Amo cozinhar e degustar cervejinha artesanal;

Curta e compartilhe essa misantropia