O novo álbum do New Horizon, “Conquerors”, lançado no Brasil via Shinigami Records, mostra um passo audacioso para o power metal, combinando elementos históricos e uma narrativa rica, que certamente vai cativar fãs de metal em terras tupiniquins. Formada pelo tecladista e multi-instrumentista Jona Tee, da banda H.E.A.T, e o vocalista Nils Molin, conhecido por seu trabalho com Dynazty e Amaranthe, a banda sueca traz em seu segundo álbum um trabalho robusto que combina peso, melodia e uma dose de teatralidade.
Um Pouco Sobre o New Horizon
O New Horizon foi fundado em 2020 por Jona Tee, inicialmente ao lado de Erik Grönwall, também da H.E.A.T. O álbum de estreia, “Gate of the Gods” (2022), já mostrava uma banda inclinada a explorar temas grandiosos através de um power metal melódico e épico.
Com a saída de Grönwall, que foi para o Skid Row, Jona trouxe seu amigo de longa data, Nils Molin, para assumir os vocais em “Conquerors”. Molin não é estranho ao público do metal, conhecido por sua presença de palco carismática e sua habilidade vocal versátil.
A jornada conceitual e estrutural de “Conquerors”
“Conquerors” é uma viagem pela história e pela imaginação. Cada faixa aborda uma figura ou evento histórico de forma épica e dramática. A abertura com “Against The Odds” já estabelece o tom do álbum com suas melodias rápidas e bateria pulsante, característica do power metal mais tradicional. Em seguida, “King of Kings” apresenta uma vibe quase cinematográfica, alternando entre passagens suaves e crescendos poderosos, com vocais que lembram a grandiosidade de bandas como Sabaton.
O álbum não se limita a um único estilo; há uma mistura inteligente de elementos melódicos e agressivos que torna cada faixa única. Por exemplo, “Daimyo”, com mais de 100 mil reproduções no Spotify, transporta o ouvinte ao Japão feudal, enquanto “Fallout War” lida com o legado sombrio da era nuclear, capturando o espírito de bandas como Symphony X. A faixa “Apollo” aborda a corrida espacial entre EUA e União Soviética, proporcionando um equilíbrio entre melodias AOR e a intensidade do metal progressivo.
Análise das Faixas
Alguns destaques incluem:
– “Shadow Warrior”: Combina versos agressivos com um refrão melódico e pegajoso. A performance vocal de Molin aqui é impressionante, alternando entre tons agressivos e melódicos, mostrando sua versatilidade.
– “Before The Dawn” (com Elize Ryd): Uma balada emocional que traz uma pausa bem-vinda na intensidade do álbum. A presença de Ryd adiciona uma camada de profundidade e beleza à canção.
– “Edge of Insanity”: Uma faixa que mistura sintetizadores, baterias intensas e um refrão de alta octanagem, criando uma experiência auditiva poderosa e envolvente.
O álbum se encerra com uma ousada versão de “Alexander The Great” do Iron Maiden, que é uma homenagem respeitosa e bem executada a um clássico do heavy metal. A interpretação vocal de Molin brilha aqui, capturando a majestade da faixa original enquanto adiciona um toque pessoal do New Horizon. A banda conseguiu imprimir uma vibe de Metal Progressivo na música, tornando esse épico ainda mais grandioso.
Conclusão
“Conquerors” é uma demonstração do potencial do New Horizon em criar álbuns conceituais que vão além das convenções do power metal. Com letras que abordam temas históricos e uma musicalidade que combina o melhor do metal melódico com elementos progressivos e sinfônicos, este álbum oferece algo para todos os fãs do gênero. As colaborações, como a participação de Elize Ryd, e os arranjos instrumentais cuidadosamente trabalhados, como os solos de guitarra de Love Magnusson e Daniel Johansson, adicionam camadas de complexidade e profundidade ao trabalho.
Com uma produção polida e uma execução quase impecável, “Conquerors” não só consolida o New Horizon como um nome a ser observado no power metal, mas também mostra que há muito espaço para inovação e criatividade dentro do gênero.
Faixas
- Against The Odds
- King of Kings
- Daimyo
- Shadow Warrior
- Apollo
- Fallout War
- Messenger Of The Stars
- Before The Dawn (feat. Elize Ryd)
- Edge Of Insanity
- Alexander The Great (356-323 B.C.) (cover do Iron Maiden)
Gravadora: Shinigami Records (Nacional)