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Cinco Miligramas de Misantropia

Oceans Of Slumber – Oceans Of Slumber – 2020

Oceans Of Slumber - Oceans Of Slumber - 2020

Quando nos deparamos com uma banda que já tem uma certa estrada e o grupo lança no meio da sua discografia um álbum homônimo, pode ter certeza que alguma mudança ocorreu com esse grupo. Houve um renascimento e uma ruptura com o passado deste artista. Vimos isso com o Metallica e o seu black álbum, por exemplo. Voltando para o Oceans of Slumber, esse é o quarto álbum do grupo, o terceiro com a talentosíssima Cammie Gilbert no comando da banda.


Desde 2018 o grupo perdeu um baixista e um guitarrista. E isso já é o suficiente para uma abertura na banda para novas ideias, conceitos e filosofias. Agora o grupo conta com seis membros trabalhando em uníssono pela mesma causa.
Esse disco do Oceans Os Slumber é uma ode ao peso e ao bom gosto. Isso não é um disco, mas sim uma obra de arte: musicalmente falando, liricamente e esteticamente. Digo sem medo de errar que em 2002 eu já estava de saco cheio desse bate bola nas bandas com vocal feminino e masculinos em duetos.


Mas veio o Oceans of Slumber e conseguiu derrubar a minha muralha de ceticismo e mal humor em relação a esse modelo musical. Talvez isso tenha acontecido devido ao estilo vocal da Cammie Gilbert, que não é lírica e nem metida a fadinha do metal.
Ela canta com emoção, garra e uma vibração única, que faz com que o Oceans of Slumber vague tranquilamente por oceanos entre o Metal Progressivo e o Death Metal Melódico, dois gêneros do metal altamente desgastados pela inundação de bandas do estilo CTRL+C e CTRL+V de In Flames, Dark Tranquility e Dream Theater.


As músicas desse trabalho são dramáticas, são interpretadas e não somente cantadas ou tocadas. Existe uma áurea de magia e de espetáculo a cada faixa. É extremamente importante que você entenda a letra. Para que você mergulhe por completo nesse disco. Mesmo com um show de interpretação e um instrumental rico em variações, é impossível não ficar emocionado e abalado psicologicamente depois da execução de “Wolf Moon” da banda Type O Negative.  Esse som está presente no disco October Rust, e é uma das músicas mais emblemáticas, atmosféricas e deliciosas do Type.


Aqui, com o Oceans of Slumber, o tom continuou o mesmo, soturno e majestoso. Sinta esse trabalho do Oceans of Slumber. Não deixe ele tocar e vá fazer outra coisa. Não faz isso! Eu imploro! Sem saber ainda como rotular esse trabalho do Oceans of Slumber, digo que é um estilo musical para adultos. É impossível ouvir e sentir esse disco na primeira audição. É impossível dissociar as letras das músicas.  A banda figura em uma simbiose cósmica entre Cocteau Twins, Type O Negative, Paradise Lost e My Dying Bride.

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