OCKRA – Gratitude

O trio sueco de Doom / Stooner é uma grata revelação de um gênero que tem como denominador comum “riffs sabathianos” e psicodelia, mas ainda assim não consegue exaurir as possibilidades musicais que o gênero acolhe sob as suas asas.
A banda OCKRA emergiu no início de 2018 em Gotemburgo na Suécia, vieram dos resquícios de uma banda de stoner doom.

Mas os rapazes tinham outros objetivos e entre eles expandir os limites musicais do stoner clássico e do doom metal.

O trio é composto por Jonas Nyström, Erik Björnlinger e Alex Spielhaupter, as influências do trio variam desde o metal até o folk, passando pela música americana e jazz.

Em março de 2020 lançaram um EP com quatro músicas, pela Argonauta Records, pouco antes do início do primeiro bloqueio da pandemia.

No segundo semestre de 2021, a banda se isolou criativamente em uma fazenda onde existe um estúdio e fica próximo a Hamburgo para gravar seu álbum de estreia “Gratitude”.
O ambiente tranquilo e inspirador influenciou sua música, que agora apresenta elementos de música folclórica. As letras do álbum foram escritas durante a pandemia e abordam temas pessoais e desafiadores, proporcionando um vislumbre de esperança mesmo diante da gravidade das situações vividas pelos membros da banda e seus entes queridos.

Agora convido você a entrar no fantástico ambiente de Gratitude, onde as suas sete faixas nos transportam para uma viagem fascinan

O disco abre com a instrumental “Introspection”, que faz jus ao nome e com seus quase dois minutos de duração carrega o ouvinte para “Weightless Again” com seus mais de oito minutos de puro suco de Stoner, psicodelia e doom. Sinceramente os caras não quiseram dar descanso pro ouvinte, já que meteram logo de cara um som de oito minutos cheio de variações.

Isso foi muito bom, já que a banda conseguiu na sequência criar uma atmosfera perfeita para a faixa “Tree I Planted”, com seu baixo inicial e uma sonoridade bem campestre.

Todas as músicas do disco são excelentes e me remetem a um novo gênero musical, uma trilha sonora para mergulhar na imensidão do vazio absoluto para na sequência aportar em terras fantásticas. Por isso não se deixe levar pelo rótulo de Doom e Stoner.
Ainda estou na dúvida se Doom e Stoner são classificações corretas para a viagem astral que esses suecos são capazes de proporcionar, mas com certeza eles estão além de qualquer subjetividade classificatória que qualquer um de nós seja capaz de criar.