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Old Man’s Child – I’ll – Natured Spiritual Invasion

Old Man’s Child - ILL - Natured Spiritual Invasion

Como eu esqueci da existência dessa banda? Como é possível? Não acredito até agora que eu simplesmente não ouço mais o Old Man ‘s Child!
Só lembrei da banda, porque um seguidor aqui do canal pediu um vídeo sobre o grupo. Assim que li o comentário fui na minha estante de cds pegar o extraordinário “Ill Natured Spiritual Invasion“ lançado em 1998 para escutar.
Nesse momento meu corpo gelou e o ódio tomou conta do meu ser: Cadê o meu cd? Não estava na estante e não vi em nenhum lugar. Enfim, sumiu.

Comentei sobre o ocorrido com meu amigo dos tempos de adolescente, o Junão e ele me presenteou com 3 cds da banda, inclusive o que eu perdi.

Passado o meu flagelo vamos agora mergulhar na história dessa banda e em particular nesse disco que figura facilmente no panteão de clássicos do Death/Black metal escandinavo com a maior facilidade.

O ano de 1998 foi um marco na minha trajetória adolescente, enquanto o Doom Metal consumia a minha alma, o Black/Death Metal levava a putrefação maléfica e desalmada a minha carne.

E esse foi um ano em que muitas bandas surgiram em minha vida e desconcertavam os meus sentidos.

Enquanto eu tomava fôlego com o que o Cradle of Filth fez em Cruelty and the Beast, o Moonspell com Sin, o Therion com Vovin, o Sentenced com Frozen, o Anathema com Alternative 4, o Covenant com Nexus Polaris, me veio o Old Man’s Child com o magnífico “Ill Natured Spiritual Invasion” lançado em 1998.

Vocês concordam que precisamos de um vídeo somente com discos do ano de 1998?

Os primórdios do Filho do Velho

O embrião do grupo foi formado inicialmente em 1988 pelo guitarrista Thomas Rune Andersen, que na época usava o nome artístico de Grusom, atualmente você conhece mais pelo nome de Galder. Esse mesmo! O careca doidão guitarrista do Dimmu Borgir.

E junto com Grusom, o baterista Tjodalv, mas futuramente estaria no Susperia, e os dois montaram o Réquiem, inicialmente uma banda cover para tocar Slayer e Metallica, mas que se tornou embrião do Old Man ‘s Child. Somente em 1993 que a formação se estabilizou e adotaram o nome Old Man ‘s Child definitivamente.
Em 1996 o grupo lançou um EP e o seu primeiro disco. Após uma explosiva sucessão de trabalhos criativos, o grupo chega em 1998 com o inquestionável e mal humorado: “Ill Natured Spiritual Invasion”.

Os noruegueses que navegavam entre o Death Metal Melódico e o Black Metal Sinfônico regaram tudo com caos e ódio neste trabalho.

Enquanto o trabalho anterior “The Pagan Prosperity ” lançado em 1997 era mais cru, visceral e pesado, bem ao estilo azedo do Black Metal noruegês, “Ill Natured Spiritual Invasion” já é mais requintado, sofisticado e polido, mas não pense nesses adjetivos como algo que tenha deixado o som deles menos cruel, sanguinário, impiedoso e tirano! Ao contrário!

Não ficou ninguém

Para gravar o terceiro álbum, o mentor e criador da banda, Galder não teve misericórdia e demitiu todos os membros do grupo. Galder assumiu a responsabilidade em gravar além dos vocais, as guitarras, o baixo e os sintetizadores. A bateria ficou por conta do veterano , que já passou pelo Death, Dark Angel e Fear Factory, só para citar esses.


E assim “Ill Natured Spiritual Invasion”, que é o terceiro trabalho de estúdio do Old Man’s Child foi gravado em apenas 15 dias. No encarte do disco Galder explica que os vocais foram gravados de improviso e que não foram previamente ensaiados. O cara gravou na raça mesmo e se ficar bom ficou. Acredito que essa energia e determinação que deixou o disco bem odioso.

Em direção à eternidade

Com o suspense da Intro da faixa “Towards Eternity”, o grupo já desmorona sobre o ouvinte uma tormenta Black Metal sem precedentes.

Esse é mais um dos trabalhos do Old Man ‘s Child, que não tem música ruim e essa combinação sonora entre o Black Metal e o Death Metal melódico, bem ao estilo sueco deixou esse disco ainda mais absurdo, não acredita? Então ouça os riffs de “Demoniacal Possession” e falhe miseravelmente em discordar da minha pessoa!

Acho que essa sonoridade que o Old Man ‘s Child incorporou ao seu estilo de Black Metal, pode ter inspirado bandas como o Satyricon, que mais pra frente gravaria o estupendo Volcano (2002) com uma sonoridade bem semelhante.

Nas faixas seguintes: Fall of Man, Captives of Humanity e God of Impiety, a banda volta a investir nos sintetizadores e em toda atmosfera Black Metal ao enriquecer aquele pesadelo sonora com passagens meio operísticas e a sensação de vultos malígnos, que permeiam as canções.

Fechando toda essa imundice e poço de mal humor, que é esse disco temos “My Evil Revelations”, que começa mais Death Metal do que Black Metal, mas ao decorrer da faixa vai se desenrolando uma riqueza atmosférica Black Metal sem precedentes, talvez essa seja a faixa mais cheia de presunção do disco, com seus pianos intercalando bases rápidas e vocais variando do Death Metal ao Black Metal mais primitivo. Na sequência e pra selar todo esse infortúnio: “Thy Servant” que é insana!

Diga-me uma música ruim nesse trabalho? Não tem cara! Pontos para o empenho e a dedicação do carecão Galder que chamou para si toda a responsabilidade e produziu uma pérola nos anos 90.

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