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Pain – I Am

Pain - I Am

O Metal Industrial sempre foi visto com um certo desdém pelos fãs mais xiitas do universo do Heavy Metal. E nos anos 90 o Metal Industrial era o pesadelo de todo o fã de Heavy Metal, e as revistas assombravam seus leitores insinuando que bandas X ou Y poderiam enveredar para o lado negro da força, mas com um sentido bem pejorativo. 

Mas pelo visto isso nunca assustou ou desmotivou Peter Tägtgren, o criativo e workaholic líder da banda sueca de Death Metal Hypocrisy. Entre as suas viagens e abduções alienígenas carregadas de ódio e técnicas refinadas de Death Metal, o sueco resolveu em 1997 iniciar um projeto de um homem só: PAIN. 

 Por muitos anos, ele se destacou tanto como produtor excepcional quanto como líder da banda de death metal Hypocrisy. Pain é seu projeto solo, explorando o universo do techno/metal industrial. Seus álbuns anteriores são mais voltados para o industrial, enquanto trabalhos posteriores, como “Dancing With The Dead”, apresentam um estilo mais metal com influências de techno (com ênfase no “metal”, já que as influências de techno são leves). Ele utiliza um estilo vocal limpo, mas poderoso, e domina outros instrumentos de maneira bastante eficaz – com seu histórico, a alta qualidade é esperada, e ele cumpre essa expectativa. Isso pode não atrair os fãs mais fervorosos do Hypocrisy (embora o estilo aqui não esteja tão distante de sua banda principal, exceto pelo death metal), mas aqueles que apreciam o lado techno/industrial do metal certamente irão gostar.

Após oito anos desde seu último álbum “Coming Home”, Peter Tägtgren retorna com força total com “I Am”, o nono álbum de sua banda de metal industrial, PAIN. Lançado em maio de 2024, este novo trabalho é uma fusão vibrante de influências que Tägtgren tem explorado ao longo de sua carreira, tanto com PAIN quanto com Hypocrisy.

“I Am” é uma viagem sonora que mistura elementos de álbuns anteriores de PAIN, como “Rebirth” e “Dancing with the Dead”, e até mesmo ecos do controverso “Catch-22” de Hypocrisy. As 11 faixas trazem uma energia renovada e uma abordagem crítica da sociedade moderna, características marcantes de Tägtgren. Destaque para músicas como “Go with The Flow”, “Not for Sale” e “The New Norm”, que se destacam pela sua criticidade e refrões cativantes.

Uma das surpresas mais agradáveis do álbum é a participação do filho de Peter, Sebastian Tägtgren, que não só assume a bateria, mas também contribui com a composição das faixas “Revolution” e “Don’t Wake The Dead”. Essas músicas adicionam uma profundidade extra ao álbum, refletindo a nova dinâmica familiar dentro da banda.

“I Am” começa com “I Just Dropped By (To Say Goodbye)”, uma faixa que rapidamente estabelece o tom industrial pesado do álbum. “Don’t Wake The Dead” segue com uma energia dramática e um refrão que cativa imediatamente. “Go with The Flow”, o primeiro single, remete ao synth pop dos anos 80, combinando sintetizadores analógicos com o característico coro pegajoso de PAIN. Esta faixa, acompanhada por um videoclipe de alta qualidade com o ator Peter Stormare, que é ninguém menos do que o Diabo do filme Constantine.  Esse clipe estabelece um padrão elevado para o álbum.

A faixa-título “I Am” mergulha em uma atmosfera mais sombria, começando com a linha “There’s no hope in the valley of death” e crescendo para um refrão poderoso. “Push The Pusher” traz uma energia bruta com uma combinação de riffs pesados e eletrônica hiperativa, enquanto “The New Norm” lança um olhar cínico sobre o estado atual do mundo com uma dose breve de agressão Death Metal.

“Revolution” mistura riffs distorcidos com sonoridades típicas do pesadelo distópico das bandas de Metal Industrial, criando uma faixa que é tanto provocativa quanto envolvente. “Party in My Head”, que já era um sucesso desde seu lançamento como single, que já conta com mais de 333 milhões de reproduções no Spotify, continua sendo um hino cativante que encapsula a essência divertida e irônica de PAIN. 

O álbum se encerra com duas faixas melódicas e melancólicas, “My Angel”, que conta com a participação vocal de Cecile Simeone, e “Fair Game”, uma faixa cinematográfica que cresce em grandiosidade. Ambas as faixas demonstram a capacidade de Tägtgren de equilibrar intensidade com emoção, encerrando o álbum de forma memorável.

“I Am” é um testemunho do talento multifacetado de Peter Tägtgren e uma prova de que, mesmo após décadas na indústria, ele continua a inovar e surpreender. Este álbum não só solidifica a posição de PAIN no cenário do Metal Industrial, mas também destaca a evolução contínua de Tägtgren como artista.

Pain – I Am Track Listing:

  1. I Just Dropped By (to say goodbye)
  2. Don’t Wake The Dead
  3. Go With The Flow
  4. Not For Sale
  5. Party In My Head
  6. I Am
  7. Push The Pusher
  8. The New Norm
  9. Revolution
  10. My Angel
  11. Fair Game
Filipe Souza

Filipe Souza

Editor / Jornalista Responsável

MTB32471/RJ

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