Amanda Pickler, jornalista e escritora curitibana radicada em São Paulo, lança seu primeiro romance, “Tempo-abstrato” (Se Liga Editorial), uma obra que mescla o realismo e a ficção em uma história profundamente conectada com as inquietações e desafios da juventude contemporânea. O livro, que será lançado oficialmente na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no dia 14 de setembro, apresenta a trajetória de Victória Conti, uma jovem adulta que, ao despertar em um futuro inesperado, é forçada a confrontar suas frustrações pessoais e a complexidade do tempo.
A trama que reflete a efemeridade do presente
Em “Tempo-abstrato”, a protagonista Victória Conti é uma repórter insatisfeita com sua vida medíocre e com as pressões sociais que enfrenta no trabalho e nas relações pessoais. Tudo muda quando, sem qualquer explicação, ela acorda uma década no futuro. Agora, com um corpo mais velho, uma carreira avançada, e até uma nova compreensão de sua sexualidade, Vic é obrigada a lidar com os efeitos dessa passagem de tempo abrupta e inexplicável.
A história se desenrola em um Brasil dividido politicamente, marcado por uma crescente onda de conservadorismo. A polarização política e as tensões sociais são refletidas na vida de Victória, que se vê presa entre a realidade do passado e as expectativas impostas por esse novo futuro. O romance é, portanto, uma metáfora para os desafios enfrentados por uma geração que luta para encontrar seu lugar em um mundo cada vez mais imprevisível e acelerado.
Um reflexo da vida real no Brasil contemporâneo
Amanda Pickler tece uma narrativa que vai além da ficção, trazendo elementos do cotidiano e das realidades políticas e sociais do Brasil atual. “O pontapé inicial de ‘Tempo-abstrato’ é derivado das minhas próprias frustrações, de uma época em que eu sentia não ter controle algum sobre a minha vida”, revela a autora. Victória, a protagonista, carrega muito das experiências de Amanda, especialmente na forma como lida com o tempo e as relações humanas.
A narrativa aborda questões complexas, como a aceitação das próprias limitações, o impacto das escolhas pessoais no decorrer do tempo, e a busca por significado em uma vida repleta de incertezas. Essas questões são intensificadas pela descoberta da sexualidade de Vic, que, ao longo da trama, passa a se ver atraída por outras mulheres, ampliando o debate sobre identidade e aceitação dentro do contexto de um país marcado por fortes influências conservadoras.
Uma leitura para tempos incertos
Amanda espera que “Tempo-abstrato” ofereça aos leitores, especialmente aos jovens adultos e à comunidade LGBT+, uma oportunidade de refletir sobre suas próprias vidas e desafios. “Espero que os leitores se identifiquem com os dramas da Victória, em especial os jovens que ainda tentam se encontrar na loucura da vida adulta”, diz a autora. O livro é uma obra que busca conectar experiências pessoais com questões universais, fazendo uma ponte entre as emoções individuais e as transformações sociais mais amplas.
Lançamento na Bienal do Livro
O lançamento de “Tempo-abstrato” acontece no dia 14 de setembro, às 13h, no estande da ‘P.S.: Edições’ (estande K45), durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O evento é uma oportunidade para os leitores conhecerem Amanda Pickler e mergulharem na narrativa envolvente de seu romance de estreia.
Sobre a autora
Amanda Pickler, 28 anos, é natural de Curitiba, mas reside em São Paulo desde 2017. Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, ela tem experiência como videorrepórter e editora de vídeos. Atualmente, Amanda cursa pós-graduação em Tradução e uma segunda graduação em Produção Editorial, enquanto estagia na Editora Veneta. “Tempo-abstrato” marca sua estreia como romancista.