A série documental Garimpeiros do Rock, lançada recentemente pelo GloboPlay e Canal Bis, surgiu de uma ideia que começou a se formar em 2018, após uma reportagem local chamar a atenção para o trabalho do produtor artístico Orlando Custódio. Conhecido por promover bandas de rock autoral em Curitiba, Custódio ganhou o apelido de “garimpeiro do rock curitibano”, um reconhecimento que foi o pontapé inicial para a criação da série que agora percorre o Brasil em busca de novos talentos do gênero.
O início de uma jornada
Em 2018, um jornalista em Curitiba decidiu investigar a cena musical da cidade e encontrou em Orlando Custódio um personagem que vinha se destacando na promoção de bandas que apostavam no rock autoral. Ao contrário da tendência predominante de bandas cover, Custódio se dedicava a oferecer uma plataforma para artistas que criavam suas próprias músicas, acreditando na força e na originalidade do rock independente brasileiro.
“Na época, eu observava que, embora o rock seja um gênero muito forte no Brasil, inclusive em Curitiba, a maioria absoluta das bandas nasce e morre no anonimato, tocando covers do começo ao fim da sua carreira. Isso é lamentável e sempre trabalhei para colaborar com novos talentos que fazem rock autoral”, explica Orlando.
A reportagem que o intitulou como “garimpeiro do rock curitibano” foi um marco. Custódio conta que o texto não apenas lhe deu visibilidade, mas também a motivação para expandir seus projetos. “Aquela reportagem nunca mais saiu da minha cabeça. E, foi a partir dela, que iniciei o projeto da série Garimpeiros do Rock, com o qual rodei o Brasil em busca de novos talentos”, relembra.
Red Records Music e a luta pelo autoral
Orlando Custódio não é apenas um produtor, mas um multifacetado empresário, publicitário e músico. Nascido em Curitiba, ele se destacou também na área industrial, ao se tornar um dos principais nomes na tecnologia de LED na América do Sul. Em 2016, fundou a Red Records Music, uma produtora e gravadora focada na promoção de artistas que não seguem o caminho das bandas cover.
“A ideia da Red Records sempre foi ser um selo, uma abertura de novos canais para músicos e artistas que não se renderam ao cover, muito forte aqui em Curitiba até hoje”, destaca. Foi por meio dessa iniciativa que Custódio pôde organizar eventos em parceria com o Hard Rock Cafe Curitiba, em 2018, que colocaram sob os holofotes diversos músicos e bandas locais que criavam suas próprias canções.
Da reportagem à série documental
Após o impacto da reportagem de 2018, Orlando Custódio percebeu que poderia ir além de Curitiba. Em 2020, começou a estruturar a série Garimpeiros do Rock, uma produção que se propôs a revelar bandas independentes e suas histórias, documentando a cena musical em diversas regiões do Brasil. Para isso, ele contou com a colaboração do produtor mexicano Paulo Baron, uma das figuras mais respeitadas do show business na América Latina. Juntos, eles cruzaram o país em busca de bandas que ainda estavam escondidas do grande público, mas que tinham muito a oferecer.
“Percebi o impacto que a mídia tem na vida de um músico. Aquela reportagem não só me deu reconhecimento, mas também me motivou a continuar minha busca por novos talentos. Agora, com a série, sinto que estou retribuindo isso, ajudando a levar essas bandas incríveis ao mundo. Cada episódio é uma oportunidade para que suas vozes sejam ouvidas e suas histórias contadas, assim como a minha um dia foi”, comenta Custódio.
A série, composta por 11 episódios, cada um dedicado a uma banda diferente, não só destaca o talento musical de cada grupo, mas também revela suas histórias, sonhos e desafios. Para Orlando, cada banda apresentada é como uma joia sendo descoberta e lapidada, com o potencial de brilhar no cenário musical nacional e, quem sabe, internacional.
Uma celebração do rock autoral brasileiro
O trabalho de Orlando Custódio através da série Garimpeiros do Rock é uma extensão de sua paixão pelo rock autoral. Desde 2016, ele tem lutado para que músicos tenham uma chance de mostrar seu trabalho original e de serem valorizados por suas criações, ao invés de apenas interpretarem sucessos já conhecidos. Essa luta foi potencializada pela colaboração com Paulo Baron, que trouxe uma bagagem internacional e a visão necessária para que a série ganhasse proporções ainda maiores.
Para Custódio, ver a série no GloboPlay e no Canal Bis é a realização de um sonho que começou em uma entrevista despretensiosa em Curitiba, mas que, com muita persistência e paixão, se transformou em um projeto que agora inspira novas gerações de músicos em todo o Brasil. Ele espera que Garimpeiros do Rock continue ajudando a revelar novos talentos, mostrando que o rock autoral brasileiro tem força, qualidade e autenticidade para ser reconhecido.
“Cada episódio é uma oportunidade para que suas vozes sejam ouvidas e suas histórias contadas, assim como a minha um dia foi”, conclui.