Estudo indica que 38% da população se considera fã e destaca oportunidades para marcas se conectarem com comunidades de fãs
Uma pesquisa inédita realizada pela Monks, em parceria com o instituto floatvibes, revelou que o brasileiro é um fã dedicado e está disposto a gastar para manter a conexão com seus ídolos e marcas preferidas. Segundo o levantamento, cada fã gasta, em média, R$ 200 por mês, valor que é cinco vezes maior que o gasto médio dos brasileiros com cultura, estimado em R$ 40 pelo IBGE.
O estudo intitulado A Era dos Fandoms entrevistou 622 pessoas no Brasil para explorar o comportamento das comunidades de fãs e apontar oportunidades para as marcas entenderem melhor esse público. Segundo Marina Pires, managing director da Monks Brasil, “a pesquisa mais profunda feita no país sobre fandoms desmistifica os fãs e mostra como o novo padrão de comportamento deles, impulsionado pelas redes sociais, representa grandes oportunidades para as marcas, com um público que combina consumo e devoção”.
Fandoms: consumo e devoção
Os resultados da pesquisa indicam que os fandoms, ou comunidades de fãs, são fortemente ligados ao consumo. Para 53% dos entrevistados, o ato de consumir produtos relacionados aos seus ídolos é fundamental para manter a dedicação como fã. Essa relação vai além da simples compra de produtos: trata-se de uma forma de demonstrar devoção e se conectar a um grupo com interesses comuns.
“A lógica dos fandoms forjou a internet que conhecemos hoje, influenciando a forma como nos identificamos, nos relacionamos e consumimos. Toda marca precisa de uma estratégia para interagir com essas comunidades, seja por engajamento ou pelas muitas oportunidades de criar junto com os fãs,” explica André Alves, co-fundador da floatvibes.
Fãs brasileiros são apaixonados e resilientes
O levantamento revelou ainda que 38% dos brasileiros se identificam como fãs, e 71% deles consideram os fãs nacionais como os mais dedicados da internet. Esse nível de envolvimento se traduz em comportamentos que incluem desde enfrentar filas longas e preços altos até acampar na frente de estádios e lidar com cancelamentos inesperados. Para Fabiano Carvalho, diretor de Pesquisa Cultural & Insights da Monks, esses “perrengues” mostram o quanto o público está disposto a sacrificar para expressar sua paixão.
“O fã brasileiro está acostumado com o perrengue, o que revela duas coisas. A primeira é que as pessoas estão dispostas a ir muito longe para demonstrar sua paixão. A segunda é que há uma oportunidade para as marcas conquistarem esse público com gestos de minimização do perrengue”, comenta Carvalho. A pesquisa indica que 64% dos fãs acreditam que as marcas deveriam oferecer experiências que eliminem esses desconfortos.
O impacto dos fandoms para as marcas
A pesquisa também evidenciou que o comportamento dos fandoms pode trazer tanto benefícios quanto riscos para as marcas. De acordo com o estudo, 64% dos entrevistados afirmaram que o ódio de um fã pode ser tão potente quanto seu amor. Isso significa que, sem uma estratégia adequada, marcas que buscam se associar a comunidades de fãs podem se ver alvo de críticas e boicotes.
Para se conectarem de forma autêntica e evitar esses potenciais riscos, as marcas precisam entender o que motiva essas comunidades e o que elas valorizam. Entre os principais eixos de mobilização dos fãs brasileiros estão esporte, música, audiovisual (filmes e séries) e games. O levantamento aponta que 56% dos entrevistados esperam que as marcas ofereçam algo inédito para os fãs, enquanto 36% acreditam que o foco deve estar em detalhes que só os fãs mais dedicados reconheceriam.
Dados reveladores sobre o comportamento dos fãs
Os fãs brasileiros têm comportamentos específicos que podem ser úteis para as marcas na criação de estratégias de marketing direcionadas. Entre os destaques da pesquisa, estão:
- 30% dos fãs compram produtos oficiais de edição limitada pelo menos uma vez por ano.
- 37% acreditam que a dedicação de um fã pode ser medida pelo valor que ele gasta com o objeto ou ídolo.
- 35% dos fãs descrevem suas comunidades como “quase religiões”.
- 52% acham que conteúdos criados por fãs são tão ou mais interessantes que os oficiais.
- 43% gostam de consumir produtos e conteúdos feitos por outros fãs.
- 55% afirmam que a maior motivação para consumir produtos e conteúdos ligados a seus ídolos é a felicidade de viver experiências relacionadas a eles.
Esses dados mostram que os fandoms são ambientes ricos e complexos, com consumidores exigentes que buscam autenticidade e experiências únicas. Além disso, as comunidades têm um potencial criativo significativo, que pode ser aproveitado pelas marcas para cocriar produtos e experiências.
Oportunidades para marcas na era dos fandoms
A Monks e a floatvibes destacam que as marcas que desejam se aproximar de fãs precisam adotar estratégias de engajamento bem definidas, valorizando a cultura das comunidades e reconhecendo suas particularidades. Para facilitar essa aproximação, a Monks oferece sprints criativos que ajudam empresas a identificar oportunidades e desenvolver ações que ressoem com essas comunidades.
A pesquisa completa está disponível para compra e empresas interessadas também podem acessar uma prévia no site da Monks.
Sobre as empresas responsáveis pelo estudo
A Monks é uma marca global focada em soluções digitais e orientada por dados, parte do grupo S4 Capital. Com mais de 7.550 profissionais ao redor do mundo, sendo 1.400 no Brasil, a empresa trabalha com grandes marcas como Netflix, Google e Magazine Luiza, oferecendo soluções que combinam criatividade e performance digital.
A floatvibes é um instituto de pesquisa comportamental, fundado por psicanalistas e pesquisadores que exploram temas contemporâneos como consumo, bem-estar e entretenimento. André Alves e Lucas Liedke, seus fundadores, também são responsáveis pelo podcast Vibes em Análise e pela publicação de um livro sobre cultura contemporânea.